Descrição
Os nossos conhecimentos acerca da homossexualidade foram durante muito tempo tributários da clínica das doenças mentais. Hoje em dia, as amostras populacionais são provenientes de meios relativamente desligados dela, facto que permite indiscutivelmente modificar e matizar os juízos anteriores. Verifica-se que a informação pode ser tratada estatística e ou clinicamente, isto é, neste último caso por meio de contactos diretos e repetidos com os indivíduos. Estas duas abordagens completam-se perfeitamente: as grandes amostragens evitam as “armadilhas” da clínica, as impressões erigidas em convicções, as generalidades prematuras, os efeitos de “halo”; mas a clínica permite captar os mecanismos psicológicos na sua génese e nas suas complexidades, na melhor das hipóteses, os processos evolutivos.
Compreendemos melhor, sem lhe captarmos toda a complexidade, um fenómeno presente em todas as culturas e ao longo da história da humanidade. É que existe a possibilidade de o examinarmos independentemente de quaisquer pressuposições, não só morais ou jurídicas, mas também psicológicas.