Descoberta e divindade no terceiro romance de José Manuel Simões

Descoberta e divindade no terceiro romance de José Manuel Simões

“O Sétimo Sentido” é a terceira obra de ficção de José Manuel Simões, uma obra que tem como ponto de partida uma viagem que o autor fez pela Índia, em 2002.” Leia aqui a notícia do Expediente Sínico sobre o mais recente lançamento da Media XXI.

O terceiro romance de José Manuel Simões, docente da Universidade de São José, chega no próximo fim-de-semana aos escaparates das livrarias portuguesas. “O Sétimo Sentido” é apresentado no sábado, no Porto. A obra, que tem uma personagem feminina no centro da narrativa, acompanha a viagem de auto-descoberta de uma médica que viu morrer nos seus braços uma menina de apenas quatro anos.

Uma traição e a morte de uma criança de apenas quatro anos colocam em andamento uma epopeia de auto-descoberta que acaba também por ser uma viagem de revelação da centelha de divino que cada um carrega dentro de si. Em poucas palavras, é este o enredo de “O Sétimo Sentido”, obra na qual uma personagem feminina chama a si o estatuto de figura central da narrativa: “A Glória é portuguesa, de Lisboa, de Cascais. Depois de se formar em medicina foi trabalhar num hospital da Alemanha, em Frankfurt e acontece-lhe um episódio marcante na vida dela. Não era a primeira pessoa que morria junto a ela, no momento em que estava em processo de cura. A Ofélia, quatro anos, tinha leucemia e morreu-lhe nos braços. E morre com um sorriso, com uma leveza, com uma coisa angélica, que a toca profundamente”, explico o autor.

O livro é a terceira obra de ficção de José Manuel Simões. Depois de “Ponto de Luz” e de “Deus Tupã”, o escritor e docente da Universidade de São José regressa aos escaparates das livrarias com uma obra que tem como ponto de partida uma viagem que o autor fez pela Índia em 2002 e que, no caso, da personagem central da narrativa acaba por culminar numa descoberta ecuménica de Deus e da própria ideia de divindade: “A Glória descobre o divino de uma forma ecuménica. Ela, através dos Hare Krishna, através dos budistas, através dos mandamentos católicos, ela consegue entrar num outro plano, nesse plano divino onde o comportamento dela, a acção dela é de facto de tal maneira exemplar e responsável que eu acho que se toda a Humanidade seguisse os preceitos deste comportamento poderiamos dizer certamente que teriamos um mundo melhor”, defende o escritor.

Pela primeira vez, José Manuel Simões coloca uma personagem feminina no centro de uma das suas obras e procura assumir um distanciamento total face às suas criações, depois de ter dotado os seus dois primeiros romances de características abertamente biográficas. Glória Meireles, assume José Manuel Simões, está nos antípodas e é o tipo de pessoa que o escritor gostaria de ser: “A Glória é a personagem central, a Glória Meireles, é uma médica. Ela não tem nada a ver comigo, mas é talvez aquilo que eu gostaria de ser . Ela é muito mais interessante do que eu, eu diria. Ou pelo menos tem comportamentos que eu admiro profundamente e que, confesso, ainda não consegui atingir, enquanto ser humano, esse nível que ela atingiu na sua actividade profissional, nomeadamente – mas também no seu comportamento, sobretudo no que toca ao silêncio. Eu sou uma pessoa de poucos silêncios e ela é uma pessoa de imensos silêncios e eu prezo imenso o silêncio”, admite o também docente da Universidade de São José.

“O Sétimo Sentido” é apresentado no próximo sábado, no Porto. O livro só deve chegar, no entanto, aos escaparates do território em Setembro, depois de ser alvo de uma sessão de apresentação também em Macau: “O livro vai ser apresentado no dia 21 de Julho, sábado, às cinco da tarde, no espaço Mira Fórum, nas galerias Mira, que é uma espaço artístico em Campanhã, no Porto e espero, depois, fazer um lancamento em Macau em Setembro, quando voltar ao território”, remata José Manuel Simões.

Fonte: http://expedientesinico.com/2018/07/18/descoberta-e-divindade-no-terceiro-romance-de-jose-manuel-simoes/