Descrição
As representações visuais que as populações coevas fizeram da Grande Guerra e as ideias que, de alguma forma, terão formado sobre o conflito, terão advindo, em parte, da imprensa ilustrada de atualidades. Revistas como a Ilustração Portuguesa, em Portugal, La Esfera, em Espanha, e Revista do Brasil, Careta e Fon-Fon, no Brasil, trouxeram ao consumo público abundantes textos e elementos iconográficos sobre a conflagração. Textos e imagens dessas revistas contribuíram, certamente, para enquadrar a guerra e criar sentido para o que estava em jogo. Compreendendo o papel que a imprensa ilustrada poderia ter, os estados em conflito deitaram a mão a este instrumento para fazerem propaganda.
Neste livro, autores de Portugal, do Brasil e de Espanha estudam revistas ilustradas do período da Grande Guerra e interrogam-se sobre o seu papel social à época. Jorge Pedro Sousa analisa as revistas O Espelho e Portugal na Guerra. Uma outra revista intitulada Portugal na Guerra, publicada no Brasil, é estudada por Antonio Hohlfeldt. Por sua vez, Marialva Barbosa escrutina o discurso das revistas críticas brasileiras, centrando-se na Revista do Brasil, na Careta e na Fon-Fon. Ana Regina Rêgo e Ranielle Leal debruçam-se, mais genericamente, sobre a atuação dos jornalistas, intelectuais e literatos na imprensa brasileira durante a I Guerra Mundial, mas dedicam, também, alguma atenção à Revista do Brasil. Alberto Pena, por seu turno, examina La Esfera, a mais importante revista ilustrada espanhola dessa época.