Descrição

Os media subsistem e sobrevivem num contexto de múltiplas miragens alimentado pelos atores e decisores do sistema. Bastará analisar o setor da comunicação social que mais gera investimento em Portugal – o setor televisivo – para se ter uma ideia um pouco mais clara da “crise” do sistema. Desde a abertura da televisão à iniciativa privada, as consequências dos erros cometidos na gestão política e económica do audiovisual conduziram a um sistema extremamente crítico que não se organizou “em ordem à satisfação do interesse público”, mas, porventura, em ordem à satisfação de múltiplos interesses privados, políticos e económicos. O facto de se tratar de um setor que mais não teve do que uma continuada desregulação, evidencia a demissão do Estado relativamente ao essencial – o equilíbrio económico do setor, a independência dos media e a formação de uma opinião pública forte e esclarecida.
Nesta obra são identificados os principais bloqueios do sistema, que radicam essencialmente numa crise do político e nos seus compromissos com o sistema industrial dos media, apontando-se estratégias para repensar essa relação, permitindo assim o reencontro da comunicação social com o seu próprio espaço, tempo, estrutura económica e sociocultural e, em particular, a sua reorientação para as expetativas essenciais dos públicos, da opinião pública e da cidadania.